terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ecos

Eco... Eco... Eco...
Tão distante, sons seguem ecoando ao longo da praia.
Ondas se quebram nas pedras, fortes e seguras, e apenas o som das ondas persiste. Em breves momentos, um pássaro ao longe plana por todo o ar, podendo ser visto à distância.
Tudo aquilo parece um verdadeiro labirinto. As coisas parecem rodar... E volto a me encontrar caminhando na praia, pensando em como as coisas lá embaixo devem ser verdes, e tudo tão submarino!

Ninguém no final das contas mostrou a terra, não explicou nada, absolutamente nada! Mas algo me leva a seguir, em uma busca pela luz.
Vejo estranhos passarem à minha frente, mas não entendo por que seguem com tanta pressa... Uns se encontram por acaso, mas no final das contas, ninguém é igual a ninguém, e eu, o que farei com isto? O que faço com estes números?
Sigo caminhando, mas não sei se mostro àqueles à minha volta que há algo mais. Será que eles estão preparados? Seque sei se eu estou! Caminhando, busco entender tudo, o máximo que posso.... Ninguém me pediu pra fazer isso, ninguém me forçou a fechar meus olhos, ninguém falou nada, ninguém fala nada... Que silêncio! Ninguém tentou! NINGUÉM TENTOU! SEQUER TENTOU!
Ninguém tentou voar ao redor do sol! Mas, por quê?!?

De repente, tudo entra em colapso... A agonia toma conta de mim! Um arrepio estranho e horrível percorre cada parte de meu corpo. Olho ao redor, mas no fim, só há silêncio... Um silêncio mortal... Mas também, muito barulho... As coisas parecem fora de ordem... Será apenas o vento? Será? Parece que estou subindo... As coisas parecem tomar forma novamente! Me deixo livre, me entrego à sensação... E estou voando. Sinto a brisa tocar meu rosto, e o frio não me incomoda. Acho que estou voando...

E as nuvens começam a se dissipar, e algo me diz que devo pousar. Ao tocar o chão, vejo que na parede há uma janela, e o sol passa por ela e ilumina as asas de Ícaro, tão próximas de mim.
Estou cansado, ninguém me cantou uma canção de ninar, ninguém me fez fechar os olhos, ninguém me permitiu descansar...
Pego as asas de Ícaro, e ao pular da janela, me lanço novamente ao céu. O frio novamente, o vento sobre o rosto, o céu, as nuvens... E me lembro do Albatross, que cruzava os céus à distância...

Texto!

Sabe...
Eu até gostaria de escrever. Mas sinto como se minhas palavras fossem ficar perdidas no meio do caminho... Sinto perdido, antes mesmo de começar a escrever!
Sim, quem está lendo isso e me conhece bastante bem sabe que há muito eu não escrevo... Mas aqui estou eu novamente, ouvindo a melhor banda para me inspirar: Pink Floyd!
Uma música que fala da simplicidade das coisas... Ou pelo menos, é o que me veio à cabeça neste primeiro momento da música... Simplesmente, um outro filme... Apenas uma outra música... Não passa de uma outra vida... Mas estas três coisas possuem várias coisas em comum, um princípio, um ápice, e um fim. Espero que seja um final feliz, sempre!
Acho tão incrível como as coisas acontecem, e na grande maioria das vezes tentamos entender, tentamos até explicar, mas palavras escapam nestas horas... Não há como definir certas coisas... E então ficamos tão espantados, tão assustados as vezes, e tão maravilhados também... E cada vez mais percebo que tudo segue um ciclo...Tudo um dia volta ao mesmo ponto, de uma maneira diferente, com uma outra maneira de enxergar e perceber tudo em volta, mas é ali que muitas das dúvidas de antes são resolvidas, e novas dúvidas irão aparecer. E, no giro do carrossel, as coisas passam rápidas, até chegar um momento que nos perdemos em meio ao nosso próprio centro, e buscamos algo ou alguém que acreditamos que possa nos ajudar.
Podemos nos sentir tão vazios, dentro de um espaço tão enorme, tão estranho, tão incrível! Se pararmos pra pensar, o espaço não é nada além de espaço mesmo... Não tem nada por milhões de quilômetros, que separam estrelas, planetas, asteróides, buracos negros, galáxias... Mas mesmo assim, há tantas coisas incríveis que me fazem tentar entender, mas não encontrar respostas, apenas encontrar o contentamento de poder observar, apenas: estrelas, planetas, asteróides, buracos negros, galáxias!!!!
Quando o lugar onde você se encontra está vazio, cada coisa que surge parece muito maior, muito pior, do que realmente é... O eco, a reverbação, tudo faz com que nos deparemos com algo muito maior do que é, e isto nos assusta... Assusta demais... Parece que não nos importamos, mas pode parecer apenas um simples porco nos céus, que as pessoas vêem. Algumas dão importância, outras irão achar que é algo normal, e outras sequer irão perceber a diferença entre um porco e o próprio reflexo...
Mas eu ainda me espanto com o quanto uma música, um solo de guitarra ou uma nota musical pode preencher todo um vazio e transformar tudo aquilo que antes poderia trazer medo em algo simples que pode ser superado sem dificuldades!

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Será que escrevi demais?